Como prevenir o desaparecimento de crianças e como proceder caso ele ocorra

Com certeza, a pior dor que existe é aquela que uma mãe sente diante o desaparecimento de um filho. Ninguém em sã consciência deseja tamanho mal e é comum que se evite ler sobre o assunto; porém, é importante saber como proteger as crianças, sejam ou não nossos filhos, bem como o que fazer caso uma criança desapareça.


O que fazer para proteger as crianças


- Nunca deixá-las sem a supervisão de um adulto DE CONFIANÇA;

- Ensinar que elas NÃO devem obedecer a tudo que os adultos pedem e que JAMAIS devem atender pedidos de um desconhecido;

- Ensinar que elas podem e DEVEM gritar por socorro caso alguém (conhecido ou não) tente fazer algo que elas não queiram ou caso alguma pessoa tente levá-las para qualquer lugar; e, se necessário for, que elas devem agredir o ofensor, mas nunca se deixarem levar por um desconhecido;

- Ensinar que elas NÃO são obrigadas a serem legais e simpáticas, especialmente com desconhecidos!

A Polícia Militar recomenda que adultos nunca reajam a assaltos, mas que crianças sempre reajam a tentativas de sequestro e estupro, pois quem ataca crianças tem perfil diferenciado e espera por uma vítima vulnerável.

- Ensinar que não são apenas os desconhecidos que podem lhes fazer mal, sendo assim, quando se sentirem incomodadas com as atitudes de alguém, especialmente se houver contato físico, devem procurar socorro e não precisam “ser boazinhas” nem por um minuto!

- Mostrar que é muito mais seguro que elas permaneçam em grupo e nunca se afastem de seus conhecidos;

- Não educá-las com a frase “o que os outros vão pensar?”, pois quando for realmente importante agir para proteger sua integridade, caso elas se preocupem com o que os outros vão pensar, elas podem até perder a vida!

- Ensiná-las que há sim maldade no mundo e que adultos podem sim mentir. Assim, caso alguém lhes peça ajuda, seja para procurar um cachorrinho perdido ou para levar brinquedos até um carro, elas devem chamar imediatamente por um adulto de sua confiança para “ajudar” com segurança.

- Não vesti-las com roupas provocantes ou que exijam postura adequada, tais como biquínis, saias, vestidos ou shorts e jamais deixá-las nuas ou semi-nuas em público, com familiares diferentes daqueles com quem tem contato direto, nem mesmo na praia. Isto é sexualmente provocante para muito mais pessoas do que você imagina.

- Limitar e controlar o acesso delas às páginas da Internet, especialmente aos chats de bate-papo e aplicativos de conversa como o Watsapp.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo deixou em nota, em 2012, que "A maior parte dos desaparecimentos são fugas de casa! Um ambiente familiar que educa sem violência e que respeita as mudanças emocionais nas diferentes etapas da vida dos filhos é a melhor das prevenções."


Quando não são nossos filhos – responsabilidade social

SEMPRE que presenciar cenas suspeitas - como uma criança incomodada pela presença de alguém; uma criança sendo levada à força por alguém; uma criança com cara de medo, junto a um adulto ou qualquer outra cena que você julgar suspeita - chame imediatamente a Polícia Militar pelo telefone 190 e mantenha tais pessoas em seu campo de visão para informar sua localização à polícia em tempo real.

Pode-se também, nesses casos, chegar perto e perguntar à criança e à pessoa que está com ela se está tudo bem ou se você pode ajudar em alguma coisa. Dependendo das reações, não os deixe partir e chame a Polícia Militar (190).

Você não precisa agir sozinho. Se possível, peça ajuda para quem estiver próximo.

No vídeo, nota-se o apelo para encontrar a menina Laisa com vida. Note que a garota foi vista pela última vez inquieta nos braços de um suspeito.

Segundo o Portal R7, o corpo de Laisa foi encontrado decapitado, sem as mãos e sem um dos pés 15 dias após seu desaparecimento - destino que poderia ter sido evitado caso quem notou o comportamento suspeito tivesse agido imediatamente!


O que fazer quando uma pessoa desaparece

Não é necessário esperar 48 horas para agir. O desaparecimento existe quando uma pessoa se mantém ausente por tempo considerado anormal por quem convive com ela (Fonte: Delegacia Eletrônica da Polícia Civil de São Paulo, 2018)

Assim que constatado o desaparecimento, deve-se:

1 - Tentar encontrar a pessoa desaparecida de maneira convencional: busca no lar, dentro de automóveis da família, na casa de vizinhos, na casa de familiares e amigos, em locais próximos como praças, parques, escola e qualquer outro lugar que a pessoa costuma frequentar ou possa ter ido por qualquer motivo.

2 - Formalizar um boletim de ocorrência de desaparecimento de pessoa. Em São Paulo, o Boletim pode ser feito pela Internet (http://www.ssp.sp.gov.br/bo/desaparecimentoPessoasEntrada.aspx) ou presencialmente em qualquer delegacia de polícia - OnLine é mais rápido. Não é obrigatório que o boletim seja elaborado por um familiar da pessoa desaparecida. As informações devem ser todas preenchidas e verídicas.

3 - Preencher o formulário de pessoas desaparecidas do Ministério Público do Estado (o de São Paulo, por exemplo, está  em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Desaparecidos/ajude_a_cadastrar); outras cidades, como o Rio de Janeiro, possuem formulário próprio, busque no Google qual sua cidade usa. O formulário não substitui o Boletim de Ocorrência e vice-versa. 

4 - Tentar encontrar a pessoa desaparecida de maneira não convencional: verificar se há ocorrências envolvendo a pessoa junto a Polícia Militar (discando 190), ao SAMU (discando 192) e ao Corpo de Bombeiros (discando 193), buscar em hospitais próximos, hospitais mais distantes e IMLs próximos e distantes.

5 – Divulgar a busca pelos meios de comunicação ao seu alcance (carro de som, banners, folhetos, etc), especialmente caso a pessoa tenha deficiência mental e possa estar apenas desorientada pelas ruas;

6 - Participar de grupos de apoio para pais ou vítimas.


Para mais informações, acesse:

ONG Desaparecidos do Brasil - Possui mais uma opção de cadastro do desaparecido

Cartilha de enfrentamento ao desaparecimento 





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